número 56 / 2016 Temos o prazer de apresentar aos nossos leitores o volume 56, de 2016, desta revista online.
Contém nove textos iniciais, de vários autores, sócios ou não da asso-ciação, com temáticas muito variadas, e que julgamos de muito interesse. Uma delas (de J.-H. Rigaud) é mesmo o resultado de uma palestra já apre-sentada por este autor em 2016, adentro de um ciclo que estamos a levar a efeito (pode encontrar o programa completo das mesmas no fim deste número da revista). O presente volume visa também publicar diversos trabalhos apresentados a uma jornada de reflexão interdisciplinar intitulada QUE É O HOMEM? e organizada pelo Instituto de História Contemporânea (IHC-FCSH da UNL) – C4P – Cultura e Políticas Públicas em Portugal – Prospectiva – em Lisboa, no dia 31 de outubro de 2015. A jornada foi coordenada por Vítor Oliveira Jorge (investigador integrado do IHC). (1) Esta publicação no presente número dos TAE foi devidamente autorizada pelo IHC e pela SPAE (em sede de direção e de AG de sócios) por se consi-derar que o seu conteúdo inteiramente corresponde ao projeto editorial da revista, como o leitor poderá aliás constatar. Participaram naquela jornada, que decorreu num auditório da FCSH da UNL desde as 9 horas e 30 m. até c. das 20 h., diferentes oradores, quer da área da antropologia/arqueologia (como Vítor Oliveira Jorge, Susana Costa, Tânia Rodrigues, José Gabriel Pereira Bastos, Ana Cristina Martins), quer da área da filosofia (José Caselas, António Caselas, Olivier Feron), quer da área da psicanálise (além do já citado J. G. Pereira Bastos, Filipe Pereirinha), quer finalmente da área dos estudos artísticos (Joana Carvalho e Silva). Assistiram e participaram nos debates bastantes pessoas, tendo-se assegurado a gra-vação integral da jornada em vídeos, que já se encontram publicados desde há meses (2). Vítor Oliveira Jorge abordou o tema da polaridade natureza-cultura; Susa-na Costa, o das representações sociais do reino animal; Filipe Pereirinha tratou da nossa visão do homem após Freud e Lacan; José Caselas abordou a questão da biopolítica e da antropogénese; António Caselas, a temática da animalidade como figura ontológica da subjugação; Joana Carvalho e Silva, as imagens do ser humano na pós-modernidade; Tânia Rodrigues explicou como é que a antropologia biológica nos permite rever-nos noutros prima-tas; José Gabriel Pereira Bastos abordou a questão da dramática humana e do mal-estar da civilização depois de Freud; Ana Cristina Martins comentou criticamente as imagens dos míticos “primeiros homens”, que colocam a imagética feminina num segundo plano; e, finalmente, Olivier Feron tratou da antropologia filosófica na tradição alemã. Foi um dia riquíssimo de trabalho e reflexão, cujas apresentações temos agora muito prazer em publicar e disponibilizar livremente à totalidade dos interessados. Entretanto, os vídeos realizados permitem a qualquer pessoa aceder à jornada na sua totalidade, incluindo os longos e animados debates havidos, que aqui evidentemente se não transcrevem. (3) Permito-me agradecer, como diretor desta publicação, a todos os inter-venientes na sessão de trabalho, bem como ao IHC (na pessoa dos Doutores Carlos Vargas e Fernanda Rollo) e à SPAE, por terem contribuído para esta realização e seu resultado. E, de novo em 2017, cá contamos voltar ao vosso contacto, com uma revista sempre interessante e útil a todos, e com uma associação mais consolidada em todos os aspectos: estabilização da sede, reorganização do arquivo, entrega efetiva à Universidade do Porto da nossa biblioteca, que lhe foi doada em cerimónia pública já este ano, e... o aumento de número de sócios, porque as suas quotizações são a nossa única fonte de receita atual para podermos fazer frente às despesas, mesmo que reduzidas ao mínimo, como acontece. Faça-se sócio da SPAE. Venha às suas conferências e outras iniciativas. Apoie o nosso trabalho, trabalhe connosco. Porque temos aqui um espaço aberto e livre de afirmação interdisciplinar e transdisciplinar no domínio das ciências sociais e humanas. E isso, nos tempos que correm, talvez mais do que nunca, é importante. Sobretudo se soubermos, como julgo que temos sabido, estar abertos às problemáticas atuais, e verdadeiramente motiva-doras do diálogo. Uma palavra final de agradecimento à Fundação Eng.º António de Almeida pela amabilidade com que, regularmente, nos cede graciosamente uma sala das suas instalações para podermos prosseguir as nossas atividades públicas. (1) Ver: http://www.ihc.fcsh.unl.pt/pt/encontros-cientificos/congressos-e-coloquios/item/39175-que-é-o-homem (2) Via youtube, (onde será mais certo poder-se aceder a eles) e na página do evento criada em 2015 no facebook: https://www.facebook.com/events/720826848030785/ (3) Um obrigado também à Dra Eugénia Correia pela filmagem integral da sessão, com exceção da primeira comunicação, que por motivos técnicos foi depois gravada à parte. Vítor Oliveira Jorge Director da revista |
(clique na imagem para download do volume 56 da revista TAE)
Preâmbulo Da identidade goesa na diáspora Ana Paula Fitas Poesia oral tradicional e funcionalidade Carlos Nogueira, Véronique Le Dü da Silva-Semik A máscara, incorporação da exterioridade, exclusão e controlo da interioridade, reforço da identidade José Gabriel Pereira Bastos Cérebro social, mentalização e psicopatologia evolutiva. Indicações da psicopatologia dos primatas não humanos para a psicopatologia humana Marina Prieto Afonso Lencastre Serão os não humanos os últimos "outros" na Antropologia? Representações sobre a superioridade humana Catarina Casanova A serenata de Ciríaco de Cardoso e a Sociedade Portuense Oitocentista (abordagem antropológica) João-Heitor Rigaud Algumas notas sobre os primórdios do vinho e da vinha no Mediterrâneo Florbela Estêvão Para uma (Bio)ética da finitude. Leituras sobre a subjetividade das ideias de corpo e de saúde no pensamento gadameriano Stella Zita de Azevedo Secularização e espaço público Luís Carneiro Comunicações apresentadas à jornada Que é o Homem? Será possível "sair da prisão" em que a dicotomia natureza-cultura nos colocou? Mas, trata-se de facto de uma "prisão"? E afinal essa dicotomia, ou dualidade, é útil ou não? Vítor Oliveira Jorge O homem após Freud e Lacan Filipe Pereirinha Biopolítica e antropogénese José Caselas Animalidade como figura onto-política da subjugação António J. Caselas Imagens do ser humano na Pós-Modernidade. Uma análise ao documentário “Imagens do Mundo e Epitáfios de Guerra” de Harun Farocki Joana Silva Depois de Freud: "O que é o Homem?". Dramática humana e mal-estar na civilização José Gabriel Pereira Bastos A Antropologia filosófica a partir da tradição alemã Olivier Feron O mito dos "primeiros homens". Do selvagem ao promitivo: a imagética feminina (um primeiro olhar) (resumo) Ana Cristina Martins Representações sociais do reino animal: a sacralização do animal humano Susana Gonçalves Costa Porque nos revemos nos outros primatas? A antropologia biológica elucida-nos Tânia Minhós Conferências 2016 |