Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia
A Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia é uma associação cultural e científica sem fins lucrativos, criada inicialmente em 1918 pelo Prof. Mendes Corrêa, da Universidade do Porto, e reformulada por um conjunto de sócios nos finais dos anos 80 do século XX, no sentido da actualização dos conteúdos das suas iniciativas e da sua revista, os “Trabalhos de Antropologia e Etnologia” (TAE).
Tem como objectivo principal estimular e desenvolver a pesquisa antropológica, nas suas diferentes áreas, visando também divulgá-la e incentivar os jovens a seguirem este ramo de investigação, a apresentarem os seus trabalhos e a publicarem-nos. Tem realizado conferências, congressos, colóquios, mesas-redondas, nomeadamente de índole inter e transdisciplinar, no vasto campo das ciências sociais e humanas, como é bem próprio da “vocação” antropológica. Sobretudo a partir de 1997, os TAE adquiriram uma dinâmica muito forte. Pode dizer-se que têm sido a principal realização regular da SPAE. Mas ainda em 2012 realizámos, sem qualquer apoio que não fosse o logístico do Centro Unesco do Porto, um colóquio muito frutuoso, sobre Giorgio Agamben, um autor incontornável e vivo, que toca nos principais problemas que nos inquietam!
Queremos prosseguir e para isso pedimos a colaboração de todos os que não encaram a antropologia apenas como mais uma disciplina, mas a procuram indisciplinar, no sentido que lhe dá Tim Ingold no livro recente “Making. Anthropology, Archaeology, Art and Architecture”, Londres, Routledge, 2013. Permito-me aqui transcrever a apresentação do livro que de certo modo traduz a filosofia actual da direcção da SPAE:
«Making creates knowledge, builds environments and transforms lives. Anthropology, archaeology, art and architecture are all ways of making, and all are dedicated to exploring the conditions and potentials of human life. In this exciting book, Tim Ingold ties the four disciplines together in a way that has never been attempted before. In a radical departure from conventional studies that treat art and architecture as compendia of objects for analysis, Ingold proposes an anthropology and archaeology not of but with art and architecture. He advocates a way of thinking through making in which sentient practitioners and active materials continually answer to, or ‘correspond’, with one another in the generation of form.
Making offers a series of profound reflections on what it means to create things, on materials and form, the meaning of design, landscape perception, animate life, personal knowledge and the work of the hand. It draws on examples and experiments ranging from prehistoric stone tool-making to the building of medieval cathedrals, from round mounds to monuments, from flying kites to winding string, from drawing to writing.»
(fonte: http://www.amazon.co.uk/Making-Anthropology-Archaeology-Art-Architecture/dp/0415567238/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1375121940&sr=1-1&keywords=Making+Tim+Ingold )
É neste espírito que procuraremos prosseguir, não seguindo o mestre como discípulos, mas aprendendo a ser nós próprios com a ajuda dele e de outros grandes pesquisadores que felizmente estão vivos e pensam!
Contamos com o empenho de todos os que queiram continuamente renovar a SPAE. No sentido com que Abel Salazar se referiu à medicina, dizendo que todo o médico que só de medicina soubesse, nem médico era. Pois o mesmo diremos do antropólogo. Ou do arqueólogo. Ou de qualquer outro transformador da realidade, mesmo que num âmbito muito modesto, pois que assim se distingue do seu mero administrador...
Como diz Ingold (ib., p. 13):
«(...) learning is a matter of understanding in practice rather than acquire culture».
Neste sentido, somos todos incansavelmente estudantes, ou seremos (deixar-nos-emos ser transformados n)uma espécie de mortos-vivos pelos burocratas que episodicamente tomaram conta do mundo. Mas há e haverá mais mundo, felizmente, e ninguém pára a história.
Tem como objectivo principal estimular e desenvolver a pesquisa antropológica, nas suas diferentes áreas, visando também divulgá-la e incentivar os jovens a seguirem este ramo de investigação, a apresentarem os seus trabalhos e a publicarem-nos. Tem realizado conferências, congressos, colóquios, mesas-redondas, nomeadamente de índole inter e transdisciplinar, no vasto campo das ciências sociais e humanas, como é bem próprio da “vocação” antropológica. Sobretudo a partir de 1997, os TAE adquiriram uma dinâmica muito forte. Pode dizer-se que têm sido a principal realização regular da SPAE. Mas ainda em 2012 realizámos, sem qualquer apoio que não fosse o logístico do Centro Unesco do Porto, um colóquio muito frutuoso, sobre Giorgio Agamben, um autor incontornável e vivo, que toca nos principais problemas que nos inquietam!
Queremos prosseguir e para isso pedimos a colaboração de todos os que não encaram a antropologia apenas como mais uma disciplina, mas a procuram indisciplinar, no sentido que lhe dá Tim Ingold no livro recente “Making. Anthropology, Archaeology, Art and Architecture”, Londres, Routledge, 2013. Permito-me aqui transcrever a apresentação do livro que de certo modo traduz a filosofia actual da direcção da SPAE:
«Making creates knowledge, builds environments and transforms lives. Anthropology, archaeology, art and architecture are all ways of making, and all are dedicated to exploring the conditions and potentials of human life. In this exciting book, Tim Ingold ties the four disciplines together in a way that has never been attempted before. In a radical departure from conventional studies that treat art and architecture as compendia of objects for analysis, Ingold proposes an anthropology and archaeology not of but with art and architecture. He advocates a way of thinking through making in which sentient practitioners and active materials continually answer to, or ‘correspond’, with one another in the generation of form.
Making offers a series of profound reflections on what it means to create things, on materials and form, the meaning of design, landscape perception, animate life, personal knowledge and the work of the hand. It draws on examples and experiments ranging from prehistoric stone tool-making to the building of medieval cathedrals, from round mounds to monuments, from flying kites to winding string, from drawing to writing.»
(fonte: http://www.amazon.co.uk/Making-Anthropology-Archaeology-Art-Architecture/dp/0415567238/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1375121940&sr=1-1&keywords=Making+Tim+Ingold )
É neste espírito que procuraremos prosseguir, não seguindo o mestre como discípulos, mas aprendendo a ser nós próprios com a ajuda dele e de outros grandes pesquisadores que felizmente estão vivos e pensam!
Contamos com o empenho de todos os que queiram continuamente renovar a SPAE. No sentido com que Abel Salazar se referiu à medicina, dizendo que todo o médico que só de medicina soubesse, nem médico era. Pois o mesmo diremos do antropólogo. Ou do arqueólogo. Ou de qualquer outro transformador da realidade, mesmo que num âmbito muito modesto, pois que assim se distingue do seu mero administrador...
Como diz Ingold (ib., p. 13):
«(...) learning is a matter of understanding in practice rather than acquire culture».
Neste sentido, somos todos incansavelmente estudantes, ou seremos (deixar-nos-emos ser transformados n)uma espécie de mortos-vivos pelos burocratas que episodicamente tomaram conta do mundo. Mas há e haverá mais mundo, felizmente, e ninguém pára a história.