número 59 / 2019 Esta revista (inicialmente designada Trabalhos da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, órgão da SPAE), nasceu em 1919, com o fim especial de estabelecer um elo de ligação entre a SPAE e seus sócios e o mundo científico em geral, e também, através de intercâmbio com revistas congéneres, de enriquecer a biblioteca da associação. Nos tempos de Mendes Corrêa, um dos fundadores, e, mais tarde, de Santos Júnior, seu continuador, a SPAE e os TAE estavam intimamente ligados à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e ao seu Instituto de Antropologia (este hoje extinto). Em 2010 a Reitoria da UP concedeu-nos um espaço para arrumo de publicações antigas (nossas, e as resultantes de intercâmbio), situado num prédio da Universidade, na Praça Coronel Pacheco, n.º 15, no Porto. A partir de Janeiro de 2015, por contrato assinado com a Reitoria da UP, esse espaço passou a ser o da nossa sede, ainda hoje em instalação. De facto, já em 2016, a nossa biblioteca foi doada, em cerimónia pública, à Universidade do Porto, com o fim desta vir a poder tratá-la e a disponibilizá- -la em condições aos investigadores, estudantes, e a todos os interessados; condições essas que nós, como associação, de todo não possuímos. O obje-tivo é manter esse acervo funcional e homogéneo, e, se tal for possível à Universidade, esta o ir colocando online, para mais fácil acessibilidade. Porém, ainda aguardamos a saída desse acervo da nossa sede, para assim também podermos organizar e utilizar melhor o nosso espaço disponível. Foi-nos prometido que tal ocorrerá o mais breve possível...
A verdade é que os Trabalhos de Antropologia e Etnologia se foram tornando uma revista de referência, nomeadamente a partir de 1997, ano em que eles ganharam novo aspeto gráfico, dinâmica e conteúdo. De facto, assumiram por inteiro o seu carácter interdisciplinar e transdisciplinar, adentro do vasto campo das chamadas ciências sociais e humanas. Sem dúvida, apesar de todas as dificuldades, e nomeadamente a partir da renovação da SPAE, os TAE têm dado lugar e voz a uma grande diver-sidade de autores, muitos deles jovens, e têm publicado estudos de investi-gadores consagrados, marcando um espaço próprio adentro das publi-cações periódicas científicas, anuais, portuguesas, de ciências sociais e humanas, indo portanto para além do exclusivo campo da antropologia social ou cultural, mesmo tomada no seu sentido alargado. Os temas que obviamente nos importam são todos os que de algum modo contribuam para compreender melhor o ser humano e a sociedade, em toda a sua imensa complexidade e diversidade. A partir de 2012 inclusive optámos por esta solução de revista em linha (online), de acesso gratuito e livre, que chega a um numeroso, infinitamente maior, conjunto de leitores. Entretanto em 2018 — e continuando de algum modo em 2019 (de lembrar que esta revista começou a publicar-se em 1919) — celebrámos o Centenário da associação e mais uma vez convi-damos todos os colegas e interessados a fazerem-se sócios da SPAE, refor-çando uma instituição prestigiada, mas, hoje, com apenas algumas dezenas de associados... necessitamos de pessoas que disponham do espírito generoso e dedicado que é intrínseco ao trabalho voluntário, cuja “recom-pensa” é o prazer que dá a quem o faz. Cordialmente apresento de novo a todos e todas os nossos votos de boas leituras. Vítor Oliveira Jorge Diretor da revista |
(Clique na imagem para download do volume 59 da revista TAE)
Preâmbulo
"É o Nosso Pedaço da África, Uai”. A Bahia no Imaginário Candomblecista de Uberaba (MG) João Ferreira Dias Etnogênese Quilombola e Indígena no Território Agreste-Litoral Sul na Implementação do Projeto RN Sustentável: um Olhar Sobre a Relação (ou da Ausência desta) Entre Antropologia Versus Desenvolvimento Geraldo Barboza de Oliveira Junior "Uma Serpente de Fogo com Rastros de Sangue”: a Experiência Promesseira na Romaria do Senhor dos Passos de São Cristóvão Magno Francisco de Jesus Santos Por que se Fazem as Festas? Breve Reflexão Sobre as Festas de Inverno no Concelho de Mogadouro Antero Neto Antropologia da Saúde, Psiquiatria Transcultural e Etnopsiquiatria — Considerações Teóricas Teresa Rego de Sousa, Maria Cristina Santinho A Resistência Quotidiana dos Homossexuais no Estado Novo Raquel Afonso Memória e Amnésia na História da Antropologia Henrique Luís Gomes de Araújo Da Arqueoastronomia e da Etno-Antropologia – Contributo para uma Epistemologia do Estudo da(s) Lógica(s) das Sociedades Camponesas Ana Paula Fitas El Oro Popular Portugués y el Esplendor de la Orfebrería de Filigrana en la Extremadura Española, (1820-1936) Juan M. Valadés Sierra The Birth of Mnemosyne. The Emergence of the Image of the Human at the Dawn of Food Production Luiz Oosterbeek Arqueologia, História e Etnografia da Pesca: Pesqueiras e Tradição da Pesca em Ortiga (Rio Tejo, Mação) João de Matos Filipe, Jaisson Teixeira Lino, Sara Cura, Antonio Luiz Miranda A Educação e a memória do humano. A configuração de um espaço comunitário e identitário de investigação Stella Zita de Azevedo VÁRIA Apresentação da Revista Portuguesa de Arqueologia, Lisboa, Direção-Geral do Património Cultural, vol. 21, 2018 Vítor Oliveira Jorge Algumas Nótulas Quotidianas Vítor Oliveira Jorge |