número 43 (1-2) / 2003
Entramos no vol. 43 dos TAE, com um duplo fascículo (1/2) cheio de temas diversificados e interessantes. Inauguramos também a relação com um novo distribuidor, particularmente profissionalizado neste campo de actividade, que espero venha a permitir uma maior difusão da revista. E confiamos em que o IPLB e a FCT continuem, como até aqui, a apoiar-nos, e que outras entidades também o façam, para que esta revista prossiga a sua carreira e os seus objectivos.
A SPAE e os TAE constituem um património científico e até moral, muito ligado à Universidade do Porto, que importa não só defender, mas incre-mentar. É o que persistentemente temos feito - falo naturalmente em nome da direcção da SPAE e da comissão redactorial da revista -, sem desalento, e apesar de todas as dificuldades, apenas certos da justeza da história da UP e do Porto. Os leitores presentes e futuros desta revista - "núcleo duro" da actividade da associação -, os sócios, os colegas, os estudantes, todos os seus utentes, far-nos-ão justiça. E essa certeza dá-nos ânimo para pros-seguir. À Litografia A.C., de Braga, que nos últimos anos gratuitamente nos tem cedido precioso espaço de armazenamento para publicações da SPAE, o nosso agradecimento, nomeadamente na pessoa do seu proprietário, sr. António Candeias. Temos sido colaboradores constantes, para obviar a algumas das muitas carências (que talvez já tivessem feito outros, de dife-rente têmpera, desisitir), não sendo a mais pequena delas o facto da SPAE ocupar apenas, já há anos, um pequeno cubículo da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, nunca tendo tido uma sede apropriada. Estamos praticamente reduzidos a uma "caixa de correio" - mas mesmo assim não quisemos nunca, nem queremos, romper o "cordão umbilical" que desde sempre nos une à FCUP. Os vários responsáveis, reiteradamente por nós contactados, sempre se têm mostrado sensíveis - nem algo dife-rente seria de esperar! - às nossas razões, mas sem que até agora daí tenham decorrido alterações práticas à situação vigente, alterações essas que não são adiáveis "ad aeternum". Dado que esta revista é também o elo de ligação entre todos os actuais sócios da SPAE, e a sua "montra pública", fazemos assim daqui apelo a todos esses responsáveis, a diferentes níveis, pelas possibilidades de ultrapas-sagem desta situação - aliás em sequência da moção aprovada pelos sócios na última Assembleia Geral de 16 de Março de 2002, realizada nas insta-lações do Centro Unesco do Porto - para que nos concedam espaço de funcionamento minimamente condigno. Um espaço definitivo e estável, para desenvolvermos as nossas actividades, no interior daquela Faculdade, num reconhecimento devido ao nosso estatuto de Instituição de Utilidade Pública, e a um historial que vem desde 1918, que se não pode apagar, e o qual supomos ter sabido honrar nos últimos anos, através de dedicação desinteressada e diária, num mundo onde quase já ninguém se move senão por objectivos lucrativos, evidentes, e a curto prazo. A nós, estimula-nos obviamente um outro tipo de "recompensa", que começa pelo reconhecimento das autoridades que presidem à nossa Univer-sidade, e à Faculdade de Ciências em particular, pois é nela que estamos desde sempre albergados. Aquele espaço deverá conter uma área de armazenamento de publi-cações - embora estejamos a pensar numa forma de em parte as escoar utilmente entre potenciais leitores, reduzindo ao mínimo o "espólio morto" - uma área de biblioteca, e uma área de trabalho corrente e reuniões. Nada disso precisa de ser muito grande, pois temos noção das carências gerais de espaço. Só esperamos um sinal de justiça, que estamos certos de que não nos será regateado, dentro de um espírito de bom senso e de concórdia, entre universitários, e tendo em vista o interesse da Antropologia e das ciências humanas em geral. Estas são cada vez mais fulcrais num mundo em que se não desen-volvermos o conhecimento dos outros - através do estudo das pessoas e das sociedades, através do enriquecimento (e não da depredação) de um imenso património de experiências e de diversidades, e a decorrente prática da tolerância, permitindo o diálogo em comunidades crescentemente multi-culturais - caminharemos para um beco sem saída, a nível mundial. O diag-nóstico está feito até à exaustão - ainda recentemente estiveram na nossa universidade Marc Augé e Philippe Descola (por iniciativa do DCTP-FLUP - ver noticiário final) - que nos falaram do mundo contemporâneo e das suas perplexidades, enchendo antiteatros de pessoas interessadas numa palavra que nos dê estímulo, calor, felicidade, esperança. Que vamos fazer para corresponder a essa expectativa? Prosseguir com serenidade e com traba-lho, naturalmente. Porto, Dezembro de 2002 Vítor Oliveira Jorge |
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Preâmbulo Envelhecimento: contas da idade e a contas com modos de viver e morrer António Joaquim Esteves Tanto faz, ou a cultura do aborrecimento: uma viragem ética na construção identitária pós-moderna Isabella Alessandra Cortada Roberto Da máquina panóptica ao teatro heterotópico. A arquitectura, o urbanismo e a convivencialidade Paulo Castro Seixas O centro comercial, o espaço público e os cidadãos Alice Duarte O Museu do Côa e a sua circunstância Susana Oliveira Jorge Os vinte anos do Campo Arqueológico de Mértola. Entrevista com Cláudio Torres Henrique Gomes de Araújo V Á R I A O contributo da epigrafia na história económica de Bracara Avgvsta Rui Morais O complexo arqueológico de Vale Ferreiro, Serafão, Fafe (Norte de Portugal) Ana M. S. Bettencourt, Francisco de Sande Lemos, Maria Teresa Araújo Problemas metodológicos e interpretativos que plantean los depósitos sedimentarios del yacimiento arqueológico de Papa Uvas (Aljaraque, Huelva) José Clemente Martín de la Cruz, Agustín M.ª Lucena Martín Análisis palinológico del poblado calcolítico de Los Itueros (Santa María del Arroyo, Valle Amblés, Ávila, España) José Antonio López Sáez, Pilar López García Ciência é comunicação? Vítor Oliveira Jorge Património e criação contemporânea: uma dicotomia inútil Vítor Oliveira Jorge Os jovens e a criação de identidade(s) em torno de uma profissão emergente: a arqueologia Vítor Oliveira Jorge Noticiário. Investigadores franceses das áreas da Arqueologia e Pré-história no Porto Vítor Oliveira Jorge Recensão Maria Beatriz Rocha-Trindade |